olá. sou estadunidense mas aprendi português em 2023 por uma amiga que só falou um pouco de inglês. não conversamos mais porque nos afastamos com o tempo (acho que a mãe dela não gostou de mim e odiava que sou trans/bi) mas sei que a última vez que conversamos, ela falava inglês. realmente gosto da língua portuguesa e a língua espanhola também mas todos que conheço já falam inglês e não querem falar o espanhol/português.

  • Daemon Silverstein@calckey.world
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    8 天前

    @[email protected] Complementando o que o @[email protected] disse, esse é um fenômeno que também acontece entre aqueles cuja língua nativa é o Português, mesmo aqueles que nunca fisicamente saíram de um país lusófono, por influência da Internet que é cada vez mais onipresente, e cuja demografia é amplamente internacional, com o Inglês como língua franca.

    Eu mesmo, que nunca saí do Brasil, constantemente me pego esquecendo de certos termos e/ou inicialmente lembrando de termos anglófonos (por exemplo: outro dia lembrei do termo “brittle” ao referir-me ao concreto, mas não lembrei do equivalente em Português, inclusive nesse momento em que escrevo esse texto). Como meu contato diário é com conteúdo anglófono, meu vocabulário em Inglês tende a expandir e reforçar como memória, enquanto meu vocabulário em Português raramente se expande. Também me ocorre um fenômeno engraçado: às vezes eu tenho uma ideia e parte da ideia está em Português e outra parte em Inglês. Por fim, existem ideias que sequer encontram palavras nos dois idiomas (um fenômeno que cunhei como “languageless thoughts”), em partes devido justamente à essa minha discrepância de contato entre Português (como língua nativa) e Inglês (como língua quase diária no ciberespaço).

    Não é que a gente esquece, porque a lembrança ainda está lá (como diz o ditado, quem aprende a andar de bicicleta nunca mais esquece), mas é ofuscada pelas memórias mais recentes e/ou mais intensas. Nisso, inclusive, menciono o papel do sistema límbico (emoções) na formação das memórias: a carga emocional da informação/conhecimento influencia bastante em como essa informação/conhecimento será retido. Sua experiência com o Português sendo emocionalmente atrelada com uma pessoa que se afastou (portanto, aqui entra um fator emocional “saudade” que pode evoluir para “tristeza”) pode epistemologicamente prejudicar o reforço do Português. Minha principal recomendação, embora seja algo mais da minha personalidade avoidant, é tentar disassociar o Português da vivência com sua (ex-)amiga, enquanto tenta associar o Português com outras emoções/simbologias que façam sentido pra ti.